segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

JOSEFA LAIS - Finalista da I Olimpiada Municipal de Lingua Potuguesa

A aluna Laís concorreu no gênero Memórias Literárias e ficou com 3º lugar da olimpíada.

Confira abaixo o texto:
O Sertão Meu Lugar
Ao meus olhos, ouço os pássaros a cantar, sinto uma brisa leve vindo a mim tocar, é assim que acordo todos os meus dias, neste lugar radiante, que tenho tantas alegrias.
O sertão é uma região com uma grande diversidade de animais encontrada principalmente na caatinga, um paraíso natural, as pessoas aqui são humildes, trabalhadoras e honestas, muitas vivem no campo dependendo da agricultura, da caça e da pesca, o clima predominante seco, com poucas chuvas aí vem o desmatamento que o homem faz e aqui não tem fiscalização, a observação aqui é pouca, os caçadores matam sem dó, os animais acabam extintos e tudo fica cada vez pior, mas existem coisas boas, as áreas preservadas, que deixam o sertão mais bonito e menos prejudicado, por isso viver no sertão é lutar e vencer todos os dias.
Estava conversando com um senhor muito conhecido, o seu Noel, homem trabalhador que viveu sua vida inteira aqui no sertão nordestino. Após três perguntas, não precisei perguntar mais nada, as memórias de seu Noel, vieram à tona e ele passou a contá-las: dizia ele...
_Quando eu era criança, brincava com outros meninos de gangorra, badoque, bom muitas vezes pegava brigas e chegava a jogar pedras e a baliar de badoque, aí veio o tempo de rapaz quando eu saía montado em um jumento bravo, enroscava minhas pernas na barriga dele e saia estrada à fora, ia para o mato, apanhar coco, uma vez eu fui e esbarrei em um cipó, acabei quebrando o braço e era assim... Com o passar dos anos veio a primeira namorada, era uma prima minha, hoje mora no Manarí, está velha, foi bom mas passou.
No ano do 1950 encontrei Luíza, e em 1951 casei com ela, nessa época teve uma grande seca aqui no sertão, e eu deixei ela em casa e fui para São Paulo trabalhar e de lá mandava dinheiro para ela, que já estava no Sul com a família, no ano de 1953 voltei de São Paulo e a seca já tinha passado, foi daí que construimos nossa família onde tivemos 06 filhos.
Hoje estou velho e não tenho mais a coragem que já tive antes, mais se me perguntar se sinto saudades do passado, digo: jamais, pois agora estou rico a vista de antes e muito feliz com o que tenho hoje.
Quando ele acabou de falar, as imagens da vida de seu Noel ficaram detalhadas em minha mente, passei a ver a vida de um outro jeito, pois a sabedoria de seu Noel e a sua imagem de batalhador do sertão criou em mim muito orgulho.

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